sábado, 30 de outubro de 2010

Existe apenas um pecado!

Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simples mente uma variação do roubo.

— Quando você mata um homem, está roubando uma vida — disse baba.
— Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça.

— Não há ato mais infame do que roubar, Amir — prosseguiu ele. — Um homem que se apropria do que não é seu, seja uma vida ou uma fatia de naan...
Cuspo nesse homem...



O caçador de Pipas.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Não importa ...



.. o quanto você tenta ser boa ..
você não pode esconder
uma garota má. . .







                                Gossip Girl

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Lua ...


Eu lembro como se fosse hoje

Seu cabelo ruivo,

suave como seda

Sendo espalhado pelo ar

Seu rosto,

como sempre belo,

causava meu desejo

Com olhos que me atraíam fatalmente

Que me perseguiam

Que sabiam de meu desejo

Brilhantes,

pela luz da Lua

Lua que presenciou o crime


Apenas a Lua

Lua que não podia gritar por mim

Lua que já deve ter presenciado esse crime mil vezes

Lua que por séculos eu vejo

Aquela Lua que me viu

E não me ajudou

Lua que hoje vê a mim cometendo o mesmo crime

Lua que não te ajudará também ..

minha criança. .


sábado, 23 de outubro de 2010

Quanto tempo demora?



- Não sei. Um pouco. .
- Não tem importância. Posso esperar. É que nem maçã ácida..
- Maçã ácida?

- Um dia, quando eu era bem pequenininha mesmo, subi em uma árvore e comi uma daquelas maçãs verdes e ácidas. Minha barriga inchou e ficou dura feito um tambor. Doeu à beça. A mãe disse que, se eu tivesse esperado as maçãs amadurecerem, não teria ficado doente. Agora, quando quero alguma coisa de verdade tento lembrar do que ela disse sobre as maçãs. E me lembro daquele dia, porque mesmo que tivesse demorado, eu não teria ficado doente. Depois daquele dia, eu aprendi a esperar. Mesmo que demore, o tempo será recompensado. Sempre quando quero muito uma coisa,

" eu espero as maçãs amadurecerem".


J.A. Matos.

Adaptação, caçador de pipas.

Hoje me refiz ..




Saí nas ruas com um sorriso enorme estampado no rosto. Garanti a mim mesma que tudo estava bem. É claro. Sempre esteve. Eu acho. Ninguém , entretanto, pôde imaginar que naquele momento, a vontade que eu tinha era de gritar. Mas não de alegria, se é que me entende. Tem vezes que é tão gratificante enganarmos a nós mesmos . . . tão simples. Ninguém nunca sabe o que se passa dentro de nós. É claro, por que houvera de saber? Nada mais importa. Não mesmo. E por que eu me importaria?

Porque é a minha vida que está em jogo . .


Juliana de Alencar.

sábado, 16 de outubro de 2010

O que você viu naquele cara?


- O que você viu naquele cara?
- Cara?! Que cara?! - Ana arqueava as sobrancelhas sem entender ao certo o que Lúcio quisera dizer, assim, de súbito. Era horário do almoço, e nessas horas, o pátio da escolha ficava apinhado de gente, e, devido a isso, ficava um pouco impossível de entender algo se a pessoa não gritasse. Mas não era isso, Ana estava se fazendo de desentendida naquele momento.

- Aquele Cara!!! - Lúcio apontava para um garoto de óculos. Altura mediana, olhos castanhos amendoados. Parecia muito tímido, absorto em seus pensamentos com algo que não seria de interesse algum de nenhuma outra pessoa. Exceto de Ana. Por alguns instantes, o mesmo olhou em direção dos dois, como se percebesse que estes falavam dele.

- Não sei que graça você viu nele! Ele é tão .. tão sem sal, tão normal Ana! - Lúcio falava mais em forma de súplica do que de afirmação. Ana riu. De certa forma, se divertia com aquilo. Passou os seus livros para o outro braço, olhando em seguida na direção do rapaz mencionado, fazendo com que seus olhares se encontrassem. Seu rosto ficara rubro, e não aguentando encará-lo, a mesma abaixou a cabeça, desconcertada.

- Ana .. Olha pra mim!!! O que aquele idiota tem que eu não tenho?! Qual é o problema?! - Lúcio gritava desesperado. Desde que era uma criança que agia com agressividade, caso as coisas não saíssem de seu modo. Sentia-se com o ego ferido, por ter sido trocado por um garoto que de acordo com o que pensara, não possuía atrativo algum. Isso o irritara, já que este era acostumado a ter todas as garotas aos seus pés. Menos Ana.

Dessa vez, ele puxou o seu braço, deixando os livros desta caírem com um estrondo no chão. Começou a falar mais alto do que seria possível, fazendo um grupo de olhares sobressaltados olharem na direção dos mesmos. E mais uma vez, Lúcio perguntou-lhe:

- Ana, o que aquele idiota tem, que eu não tenho?

Ana encarou Lúcio com um olhar frio e sem vida. Seus olhos podiam ficar bastante gelados quando ela queria. Livrou-se com agressividade dos braços do mesmo, passando a mão pelo vestido, agora amarrotado. E disse-lhe com os dentes semi-cerrados:

- Aquele "idiota" tem, o que você NUNCA vai ter Lúcio! - Proferiu isso abaixando-se para pegar os seus livros, sentindo que estava sendo observada por um monte de alunos que olhavam curiosos em sua direção. Lúcio, ainda irritado, sem entender ao certo o que Ana quisera dizer com aquilo, tornou a pergunta-lhe:

- O que ele tem que eu não tenho?! Ou até mesmo o que eu nunca terei?!

Ana levantou-se passando a mão pelos seus livros para limpá-los, e sem se virar, lançou-lhe mais uma vez um olhar frio por cima dos ombros e proferiu pausadamente:

- O meu AMOR Lúcio!


Juliana de Alencar.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Whatever, you're back . . .




Certa vez , conversando com um amigo, este me dissera que gostava de uma garota, entretanto , o que ele sentia pela mesma não era recíproco. Esta ainda lhe disse que o mesmo não poderia exigir o amor de ninguém, tampouco entrar no coração de uma pessoa e implantar o amor ali. Confesso que naquele momento, senti-me o "ser mais inútil" da face da terra. Queria dizer-lhe palavras que pudessem mandar embora a dor que ele estava sentindo, entretanto, fiquei em silêncio. Não consegui pensar em nada, a não ser no que ele me dissera. Após alguns instantes, ele me olhou nos olhos, com um sorriso triste no canto dos lábios e perguntou-me - " Jully .. Por quê que todas as pessoas que amamos, sempre têm que ir embora?! - Passei a mão pelos meus cabelos e encarei o chão. Procurava uma resposta, porém, não conseguia pensar em nada. Em nada que pudesse consolá-lo. Lancei-lhe um olhar confuso e embaraçado, e ele retribuiu franzindo as sobrancelhas. Sentia-se realmente magoado.

Mais tarde, naquele mesmo dia, fui para a cama mais cedo, ( Embora eu tenha o costume de dormir super tarde) , fiquei em torno de uma ou duas horas olhando para o teto do meu quarto, pensando somente naquela conversa que eu tivera mais cedo, e pensando no quanto eu fora inútil naquela situação. Foi então, que eu pensei em Deus. Pensei que da mesma forma que ele não exige o meu amor, eu não posso, simplesmente, exigir o amor de ninguém. Ele nos deu o livre arbítrio para "escolhermos" o quê e a quem amarmos. Ele não exige o nosso amor, mas mesmo assim nos ama incondicionalmente, mesmo nós rejeitando-o todos os dias. De qualquer forma, Ele sempre volta. Ele sempre volta porque nos ama. Ele demonstra esse amor por nós nos mínimos detalhes, e nós, como "perfeitos observadores", nunca reparamos nisso.

Naquela mesma hora, eu arregalei meus olhos, e percebi que finalmente conseguira chegar a uma resposta. A uma resposta de uma pergunta que havia "abalado o meu psicológico".
- "As pessoas que realmente nos ama, sempre voltam. Independente da situação" .

Na manhã seguinte, fui correndo ao seu encontro , feliz por ter achado, finalmente, uma resposta para o que ele me perguntara. Ao dizer-lhe que eu havia pensado no assunto e achado uma resposta, ele aguardou em silêncio, até eu dizer a que conclusão eu chegara.- " Aqueles que realmente nos ama, sempre voltam. Independente da situação, eles sempre vão voltar. " - Ele levantou uma sobrancelha e parecia que naquele momento ele me observava atentamente. Aquilo meio que me irritou. É claro. Foi então, que ele me abraçou, dando-me um beijo no alto de minha cabeça. A principio, não entendi exatamente o "porquê" de ele ter feito isso, porém, este proferiu :"

- Eu sei disso .. Porque afinal . . VOCÊ VOLTOU!!


Juliana de Alencar. (JAM)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Era uma vez ...

As histórias maravilhosas começam assim. Não importa o tamanho delas. Se começam por era uma vez, são sempre maravilhosas. Pois era uma vez um homem. Um homem pobre que de precioso só tinha um cálice. Nele, ele bebia a água do riacho que passava próximo à sua casa. Nele, bebia leite, quando o conseguia, em troca de algum trabalho. Era pobre, mas feliz. Feliz com sua esposa, que o amava. Feliz em sua pequena casa, que o sol abraçava nos dias quentes, tornando-a semelhante a um forno. Feliz com a árvore nos fundos do terreno, onde escapava da canícula. Saía pelas manhãs em busca de algum trabalho que lhe garantisse o alimento a ele e à esposa, a cada dia. Assim transcorria a vida, em calma e felicidade. Nas tardes mornas, quando retornava ao lar, era sempre recebido com muita alegria. Era um homem feliz. Trazia o coração em paz, sem maiores vôos de ambição. Então, um dia... Sempre há um dia em que as coisas acontecem e mudam o rumo da História. Pois, nesse dia, nem ele mesmo sabendo o porquê, uma lágrima caiu de seus olhos, dentro do cálice. De imediato, o homem ouviu um pequeno ruído, como de algo sólido, que bateu no fundo do recipiente. Olhou e recolheu entre os dedos uma pérola. Sua lágrima se transformara em uma pérola. Então, o homem pensou que poderia ficar muito rico se chorasse bastante. Como não tinha motivos para chorar, ele começou a criá-los. Precisava se tornar uma pessoa triste, chorosa, para enriquecer. Com o dinheiro da venda das pérolas pensava comprar lindas roupas para sua esposa, uma casa mais confortável, propriedades, um carro. E assim foi. Ele começou a buscar motivos para ficar triste e para chorar muito. Conseguiu muitas riquezas. Ele poderia tornar a ser feliz. No entanto, desejava mais. As pequenas coisas que antes lhe ofertavam alegrias, agora, de nada valiam. Que lhe importava o raio de sol para se aquecer no inverno? Com dinheiro, ele mandou colocar calefação interna em toda sua residência. Por que aguardar os ventos generosos para arrefecer o calor nos dias de verão? Com dinheiro, ele pediu para ser instalado ar condicionado em toda a sua casa. E no carro, e no escritório que adquiriu para gerir os negócios que o dinheiro gerara. E a tristeza sempre precisava ser maior. Do tamanho da ambição que o dominava. Nunca era o bastante. Os afagos da esposa, no final do dia e nos amanheceres de luz deixaram de ser imprescindíveis. Ele não podia perder tempo. Precisava chorar. Precisava descobrir fórmulas de ficar mais triste e derramar mais lágrimas. Finalmente, quando o homem se deu conta, estava sem esposa, sem amigos. Só... Com seu dinheiro, toda sua imensa fortuna. Chorando agora, estava tão desolado, que nem mais se importava em despejar o dique das lágrimas no cálice. A depressão tomara conta dele e nada mais tinha significado.




A história parece um conto de fadas. Mas nos leva a nos perguntarmos quantas vezes desprezamos os tesouros que temos, indo à cata de riquezas efêmeras. Pensemos nisso e não desperdicemos os valores verdadeiros de que dispomos. Nem pensemos em trocá-los por posses exageradas.

A tudo confiramos o devido valor, jamais perdendo nossa alegria.

Haveres conquistados à troca de infelicidade somente geram infelicidade.


domingo, 3 de outubro de 2010

Noite de insônia ...



São três horas da madrugada, e eu estou aqui, com mais uma de minhas insônias, algo que não é mais novidade. Tomei uma xícara de café, já que não ia dormir mesmo. Amanhã, ou melhor, hoje é segunda-feira, e eu sei que com certeza terei trabalho para me levantar da cama. Isso SE, eu conseguir pegar no sono. Tentei ler um livro para passar o tempo, mas parece que as palavras não estavam fazendo sentido algum. Pareciam estar embaçadas, não sei. Levantei de minha cama, ainda com a xícara de café em mãos e abri a janela do meu quarto. Comecei a contemplar o céu. Está escuro. A lua brilha de uma forma tão intensa, tão linda que me deixa até sem palavras para descrevê-la. Gosto de admirar o céu. Ao fazer isso, começo a ter pensamentos nostálgicos. Pensamentos felizes. Penso em pessoas de quem eu gosto. Será que estão todas dormindo? ou será que estão se divertindo? Me encosto na janela, e me pergunto se nesse momento tem alguém pensando em mim. Ou será que tem alguém sonhando comigo? Tomo mais um gole do meu café, esboçando um suave e cínico sorriso no canto dos lábios. Seria engraçado invadir os sonhos e a privacidade de alguém que eu gosto. O que ela estaria pensando? O que estaria sonhando? Eu poderia tentar descobrir os segredos dela. Não, isso não seria legal, eu sei. Mas devo admitir que seria divertido. Levanto meus olhos para contemplar o céu mais uma vez. E a escuridão se torna tão maior. Tão profunda. Amanhã provavelmente terei alguma alegria. Pelo menos eu espero ter. De qualquer forma .. Os dias são tão imprevisíveis.

J. A. Matos.

sábado, 2 de outubro de 2010

A menina ruiva ..



Charlie Brown: Eu acho que o almoço é a pior hora do dia para mim. Sempre tendo que me sentar aqui. Claro que, às vezes, as manhãs não são tão agradáveis também. Acordar e saber se alguém realmente sente falta de mim enquanto eu não saio da cama. Então há a noite, também. Deitado e pensando em todas as coisas estúpidas que eu fiz durante o dia. Bem, o almoço está entre os piores momentos do dia para mim. Bem, acho melhor eu ver o que eu tenho. A manteiga de amendoim. Alguns psiquiatras dizem que as pessoas que comem sanduíches de manteiga de amendoim são solitários ... Eu acho que eles estão certos. E quando você está realmente sozinho, a manteiga de amendoim adere ao telhado de sua boca. Há pouco que a garota linda de cabeça vermelha comeu seu almoço por ali. Eu me pergunto o que ela faria se eu fosse lá e perguntasse se poderia sentar e almoçar com ela ... Ela provavelmente riria na minha cara ... é difícil. Há um lugar vazio ao seu lado no banco. Não há nenhuma razão para eu não poder simplesmente ir lá e sentar. Eu poderia fazer isso agora. Tudo o que tenho a fazer é levantar... Eu estou em pé! ... Eu estou sentado. Eu sou um covarde. Eu sou muito é um covarde, ela não pensaria mesmo em olhar para mim. Ela quase nunca olha para mim. Na verdade, eu não consigo me lembrar de ter visto alguma vez ela olhando para mim. Por que ela não deveria olhar para mim? Existe alguma razão no mundo para ela não olhar para mim? Será que ela é tão grande, e eu sou tão pequeno, que ela não pode poupar um pouco de tempo? ... Ela está olhando pra mim! Ela está olhando pra mim! (Ele coloca o lancheira sobre sua cabeça). ... Hora do almoço é um dos piores momentos do dia para mim. Se essa menina ruiva está olhando para mim com esta lancheira estúpida sobre a minha cabeça, ela deve pensar que eu sou o maior tolo do mundo. Mas, se ela não está olhando para mim, então talvez eu pudesse tirá-lo de forma rápida e ela nunca iria perceber isso. Por outro lado ... Eu não posso dizer se ela está olhando ou não, até que eu tire ela! Então, novamente, se eu nunca tirá-lo eu nunca vou ter que saber se ela estava ou não olhando. Por outro lado ... é muito difícil para respirar aqui. (Ele tira a bolsa) Ufa! Ela não está olhando para mim! Eu me pergunto por que ela nunca olha para mim.. Oh, bem, outra hora do almoço com mais de 2863 tentativas frustrante... só para ir .. trágico..