Bem, não sei exatamente porque estou escrevendo esse texto, quer dizer, não sei porque nunca escrevi um texto sobre você. Você sempre foi o meu melhor amigo, talvez o único homem que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num guardanapo sujo e amassado. Talvez eu tenha escrito, mas na realidade, nunca parei de verdade para escrever uma coisa sobre você. Ontem, quando me deitei, eu pensei em você. Me toquei de que você estava presente em todos os momentos da minha vida, sendo eles bons ou ruins. Lembrei de uma vez que eu estava triste, não me recordo ao certo do motivo, mas sei que você me abraçou e disse que ia ficar tudo bem. Disse que me amava. Eu não me lembro qual foi a última vez que eu disse que o amava, de certo modo, não me lembro de uma única vez ter lhe dito algo do tipo, mas me lembro de todas as vezes que você disse com amor e ternura o quanto me amava. E eu nunca dei importância. Confesso, que nos últimos dias, estava sentindo a sua falta. Você estava indiferente e eu um pouco distante. Eu sei que você nunca desistiu de mim, mesmo eu dando os maiores motivos do mundo, sendo essa pessoa complicada que eu sou. Você foi o único que entendeu esse meu jeito estranho e desconexo, e de fato, sempre foi o único que me aceitou do jeito que eu sou. Sempre me deu os melhores conselhos do mundo mesmo eu não dando a menor importância para nenhum deles. Pois eu sabia que sempre que eu precisasse de algo, você seria o primeiro a estender a mão para me ajudar. Porque me amava. E mesmo que eu estivesse errada e não merecesse um pingo de sua atenção, você ignorava isso e abraçava a minha causa. De certa forma, eu me nutria disso. Me aproveitava. Mas foi então que um dia eu acordei e percebi que estava fazendo tudo errado. Estava sentindo a sua falta. Precisava me encontrar com você, ouvir a sua voz me dizendo que estava tudo bem. Mas não o encontrei. Entrei em desespero e foi quando eu resolvi ir na sua casa. De início, eu fiquei sem graça, não queria que achasse que eu estava ali por interesse ou alguma coisa do tipo. Dessa vez era diferente. Mas você, como sempre me abraçou, me acolheu e disse que estava com saudades de mim. Isso me constrangeu! Me constrangeu, porque eu queria que você me xingasse e me mandasse embora para largar de ser tão arrogante e mal agradecida da forma que somente eu sei ser. Talvez, eu me sentiria melhor assim. Mas você me abraçou. Parece que sabia que eu ia ao seu encontro, de uma forma diferente. Me desmanchei em lágrimas, como nunca havia feito antes. Não estava esperando tal recepção.
Foi então que eu disse pela primeira vez, que eu te amava.
Foi então que eu resolvi escrever esse texto e dedicá-lo a você,
para que todos saibam o quanto eu te amo..